segunda-feira, setembro 21, 2009

Gladiadores tupiniquins
Agnaldo Timóteo e Valesca Popozuda travam épico encontro

O espetáculo musical mais dantesco sediado em terra brasilis no presente ano de 2009 já ocorreu. Ainda faltam pouco mais de três meses para o ano alcançar o seu fim. Mas, por mais que Mike Patton cuspa fogo ou que Thurston Moore e Bobby Gillespie possivelmente se reúnam em uma jam movida a visíveis cartelas de ácido em dois dos festivais que irão movimentar o país mais carismático das Américas, nada poderá suplantar o espetáculo ocorrido em uma (inicialmente) tranqüila e anódina segunda-feira.

Geraldo Luís é um apresentador paulista, que se destacou na sucursal da Record de seu estado, apresentando o telejornal Balanço Geral SP. Devido às boas qualificações televisivas do rapaz - isso não significa sex appeal, mas sim interação, descontração, know-how no trato com o público -, foi convidado a atuar na matriz, comandando um programa transmitido para todo o território nacional, chamado Geraldo Brasil. A atração vai ao ar nos fins de tarde da Record, a partir das 16 horas, o que lhe dá algum tempo para bater de frente com colossos do elenco televisivo brasileiro, como Márcia Goldschmidt, da Bandeirantes, por exemplo. Ou seja: não tinha como Geraldo Brasil prestar, não é? É.

Na mais recente segunda-feira, dia 21/09, Geraldo Luís recebeu o veterano cantor Agnaldo Timóteo e a funkeira Valesca Popuzuda. A garota já estampou toda a sua voluptuosidade na Playboy e chefia o coletivo Gaiola das Popozudas, bastante requisitado em eventos funkeiros do país. Timóteo se trajava em seu costumeiro estilo elegante, que o levou a ser um dos grandes galãs da música romântica, rivalizando diretamente com o ícone Wando, o colecionador de calcinhas. Já a loira usava um vestido excepcional (!) que deixava à mostra toda a parte traseira de suas coxas, por assim dizer.

O pretexto para a realização de escalação tão insólita era um debate sobre a exploração do corpo na composição de música ou em trabalhos em geral. Geraldo Luis começou introduzindo os convidados, reproduzindo suas piadinhas ensaiadas de praxe, como manda o teleprompter. O problema é que, poucos minutos depois, os banquinhos providenciados para servirem de assento para os convidados foram prontamente esquecidos, tamanha a quantidade anormal de faíscas que saía dos lábios de cada um. O apresentador, que normalmente é um ótimo frontman e se caracteriza justamente pela verve bonachona, se resignou a apoiar-se em uma mesinha próxima, deixando que os dois respeitáveis expoentes da música nacional se digladiassem em perfeita paz.

Agnaldo não parecia nem um pouco hipnotizado pelo vestuário da jovem, ao contrário do resto dos espectadores e platéia presente, e com veemência demonstrada apenas em seus melhores concertos, atacava o estilo de vida e de arte proliferada pela Popozuda. Chegou mesmo a afirmar que o talento dela deveria ser “limitado apenas ao quarto”. Já a moça, totalmente à vontade com o clima vulcânico que a atração tomou para si, retrucava que era apenas mais um das abnegadas moças de família que contribuem para a firmeza cultural do país.

Tudo isso intercalado por algumas reportagens lascivas-informativas sobre o funk carioca, onde dançarinas esculturais se remexiam ao som do filhote brasileiro do miami bass.

E as três perguntas que agora pairam são: o que acontece quando os gêneros populares começam a brigar entre si? Isso é bom ou ruim?

E essa treta já tá no youtube?

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