quarta-feira, outubro 21, 2009

Jack White, embaixador cultural

Jack White não gosta do Guitar Hero, nem do Rock Band.

Em evento recente que também contava com a presença do guitarrista do colosso Led Zeppelin, Jimmy Page, o white stripe declarou ao New Musical Express que "é deprimente que uma marca venha e diga para você que (o "Guitar Hero") é como as crianças estão aprendendo sobre música e experimentando música". É uma pena, mas o fato de Jack minimizar uma forma de diversão tão honesta – e de achar que é um troço só pra crianças - ainda não elimina os outros fatores que o tornam um cara tão legal.

Nascido John Anthony Gills, além do famoso White Stripes, o rapaz atualmente empresta sua perícia ao Dead Weather e ao Raconteurs, bandas também formadas por ele. Ambos os projetos mantêm o burburinho que despertaram quando foram criados, o primeiro em 2005, o segundo em 2009. Todos os dois contam com os serviços do músico Jack Lawrence, baixista do Greenhornes, grupo que também alcançou alguma luz dos holofotes com a "ajuda", mesmo que involuntária, do seu brother White.

Como se não bastasse, Jack (o White) também é um competente produtor de diversos álbuns alheios, além do próprio White Stripes. Além de comandar lançamentos de bandas como Von Bondies, o sujeito chefiou a produção do excepcional álbum Van Lear Rose, da lenda country Loretta Lynn. Além de produzir, convocou parte de sua galera de Detroit para ajudar na composição, Lawrence e o baterista Patrick Keeler (Raconteurs) incluídos.

Ou seja, você pode até não gostar, mas é inegável que Jack é um baluarte da música de sua cidade. Ele não só guia algumas mesas de mixagens, mas também é responsável pela formação de vários grupos que recrutam músicos locais. Na sua cidade tem um cara desses?

E você já ouviu falar do Soledad Brothers, conjunto falecido e nativo da já citada capital de Michigan? Pois deveria. Jack também os produziu, o que revela uma inevitável tendência de se conectar ao blues. A música preferida dele é Grinnin In Your Face, canção de uma das lendas do Mississipi, o bluesman Son House. Em tempos como os nossos, onde o Timbaland domina sozinho as paradas de sucesso, nada como ter boas pessoas como White para manter queimando a chama desses gêneros musicais seminais, mas um tanto quanto esquecidos pelo mainstream.

2 comentários:

Paulo Augusto disse...

O dinheiro e os brancos se foram, Eminem apareceu, mas Detroit permanece true, fazendo jus a sua história. Legal!

William Alves disse...

Pois é, lá tem umas quatro mil bandas de rock do caralho. Pouco conhecidas. Um dia também pinto lá.