quinta-feira, janeiro 07, 2010

Meus filmes preferidos da década que acabou

Ok, polêmicas bobocas à parte sobre quando começa ou termina a presente década, tão aí meus filmes prediletos dos dez anos compreendidos entre 2000-2009:


20. Public Enemies (Inimigos Públicos, 2009) – Michael Mann



Não há como negar: John Dillinger é bandidão e torpe, mas é uma figura interessante pra caralho. Tommy guns são meus sonho de consumo. Johnny Depp, com a costumeira competência, encarna o gângster na queda, na ascensão e novamente na queda. Claro que não posso deixar de mencionar o nome de Michael Mann, um dos maiores e melhores diretores americanos vivos. Tanto nas cenas de tiroteio contínuo quanto nos olhares (bondosos ou não), Mann está lá, triunfante.


19. Sud Pralad (Mal dos Trópicos, 2004) – Apichatpong Weerasethakul



A primeira parte é razoavelmente linear. Tem até menções ao Clash! A segunda é tremendamente doida, transformando o Apichatkdsjhdskfduyfdgdgd no maior expoente do atual cinema asiático “contemplativo”, digamos assim. Welcome to the jungle, baby.


18. Edifício Master (2002) – Eduardo Coutinho



Só a parte que enfoca aquela mocinha antisocial já valeria o filme todo. Ainda sim, temos uma pá de personagens tremendamente interessantes (e reais, pelo menos na frente das câmeras), de todos as classes e profissões (todas MESMO, risos). Vi na aula de sociologia. Quem disse que faculdade é ruim?


17. Kairo (Pulse em inglês, 2001) – Kiyoshi Kurosawa



Fácil, fácil, o filme mais assustador dessa década. Um filme ancorado em sombras, sombras que existem unicamente para o mal. Kurosawa Jr. deve ser um tremendo fã do Expressionismo Alemão.


16. Bakjwi (Thirst em inglês, 2009) – Chan-Wook Park



Ok, a moda agora é filme de vampirinho, né? Tá bom. Mas e quando o vampiro é um... padre? Chan-Wook consegue a proeza de bater o seu (também excelente) OldBoy.


15. Falsa Loura (2008) – Carlos Reichenbach



Tem Kauã Reymond, Leo Aquila, Maurício Mattar... Who cares? Kauã interpreta Kauã, Leo interpreta Leo e Mattar interpreta Mattar. No meio disso tudo, ainda tem uma operária (gostosa, oi) dando duro na vida, às vezes se fodendo, às vezes pagando de diva. Tremendo final, by the way.


14. Flag Of Our Fathers (A Conquista da Honra, 2006) – Clint Eastwood



Clintão sabe fazer tudo, já notaram? De pistoleiro blasé ao diretor passional das recentes décadas, ele sabe tudo e quando quer. Provavelmente a figura cinematográfica mais cool (argh) ainda viva.


13. Superbad (2007) – Greg Mottola



O que dizer sobre esse, que todo mundo já viu? Michael Cera e Johan Hill incorporam com perfeição (e nem parece que Jonah, de fato, tem alguns anos a mais que a idade demandada pra quem tá terminando o colegial) os nerds que finalmente são convidados para uma festa de gostosas, junto com o não-tão-amigo-assim Fogell, o famigerado McLovin. Diálogos sensacionais e referências a diretores e passagens clássicas do cinema.


12. Laitakaupungin Valot (Luzes no Crepúsculo, 2006) – Aki Kaurismäki



Kaurismäki é enfant terrible da Finlândia. Na maioria de seus filmes, a galera quer se mandar de lá imediatamente. Nesse, um loser solitário (e aparentemente conformado) se vê envolvido em diversas confusões e trambiques com uma mulher de reputação duvidosa e um comerciante nebuloso. Fortemente indicado pra quem curte Jim Jarmusch.


11. La Pianiste (A Professora de Piano, 2001) – Michael Haneke



Haneke é patologicamente doido, com absoluta certeza. Isso posto, e com a ajuda da sempre necessária Isabelle Huppert, as coisas sempre ficam mais fáceis. Ela interpreta uma professora de piano (duh) que tem a vida ligeiramente modificada com a chegada de um novo aluno. Quando eu falo em “coisas fáceis”, me refiro somente a Haneke e a Huppert, porque o filme passa longe de ser tranquilo e termina com mais um dos finais muito doidos que Haneke usualmente concebe.


10. Gosford Park (Assassinato em Gosford Park, 2001) – Robert Altman



Um dos réquiens de primeira do velho, chutando toda a merda que ele conseguiu empilhar com Dr. T e as Suas Mulheres. É sério, galera, parem de fazer filme com o Richard Gere.


9. Fong Juk (Exilados, 2006) – Johnnie To



Bom, me interesso bastante por redes criminosas. Johnnie To também, com suas inúmeras referências à máfia chinesa, conhecida como Tríade. Irretocável filme policial, Fong Juk discorre sobre mafiosos, suas tretas, suas aspirações e suas amizades. Se é que dá pra fazer amiguinhos na máfia, né?


8. Shi Gan (O Amor Contra A Passagem do Tempo, 2006) – Kim Ki-Duk



Ki-Duk é odiado pela crítica coreana, sabe-se lá porque. Talvez porque ele disse que o cinema do país estava se americanizando demais e zombou do megasucesso do ótimo The Host (O Hospedeiro)... Como nada disso importa, a falsa frieza de Time é mais uma joia da narrativa não linear. Contém uma pá de cenas de cirurgia, não recomendáveis para fracotes.



7. A History Of Violence (Marcas da Violência, 2005) – David Cronenberg




Viggo Mortensen renasceu para o cinema após os zilhões de dinheiros que ele faturou encarnando o destemido Aragorn. Aqui ele não é tão passional, no papel de um pacato pai de família que se vê obrigado a revelar suas, ahn, habilidades escondidas. Cronenberg resolveu fazer um filme "entendível", pra variar.


6. Salinui Chueok (Memórias de um Assassino, 2003) – Bong Joon-Ho



Eu não sei exatamente como se porta a polícia coreana, mas tanto nesse como no recente The Chaser, os detetives são mostrados como gente extremamente cabeçuda e obstinada, disposta a encher qualquer um de porrada por muito pouco. Principalmente quando um detetive de Seoul, a capital cosmopolita, aparece para embaçar o esquema... No entanto, o filme é tenso e nem tudo recebe uma solução simplista.


5. Ne Touchez Pas La Hache (Não Toque no Machado, 2007) – Jacques Rivette



Como os outros franceses, Rivette não se mostra envergonhado em desfilar sua visão única sobre o amor. E o que vem com ele. Os olhares e gestos dessa película, que dizem tudo, são a cereja do bolo desse injustiçado clássico da presente década. Adaptação de outro mestre, Honoré de Balzac.


4. Coeurs (Medos Privados em Lugares Públicos, 2006) - Alan Resnais



Tal como o compatriota Rivette, Alan Resnais está vivo e chutando. Seja na recatada secretária que não é tão recatada assim, na moça desperada por um namorado, o velhote segue desfilando seu conhecimento sobre a alma humana com tanta excelência quanto a mostrada no clássico e seminal Hiroshima Mon Amour.


3. Inglorious Basterds (Bastardos Inglórios, 2009) – Quentin Tarantino



Brad Pitt nasceu em Oklahoma, célebre celeiro redneck. Então, um sotaque hillbilly não é exatamente uma novidade para ele. O primeiro grande filme de Quentin, Cães de Aluguel, se pauta pela excelência dos diálogos. Em Inglorious Basterds, os momentos de silêncio são os mais interessantes. Pra quem quiser tirar a prova, o silêncio do fazendeiro frente ao interrogador nazi “diz” tudo.


2. The Man Who Wasn’t There (O Homem Que Não Estava Lá, 2001) – Coen Brothers



The brothers go noir again. O ex-marido da Angelina nunca rendeu tanto. E claro, um quase boquete da Scarlett Johansson sempre melhora as coisas.



1. Before The Devil Knows You’re Dead (Antes Que o Diabo Saiba Que Você Está Morto, 2007) – Sidney Lumet




Provavelmente o thriller mais denso dessa década. Um colosso que vale como síntese de toda a carreira do mestre Lumet. A gente até esquece que ele fez um filme com o Vin Diesel...
E, pelo amor de Deus, MARISA TOMEI, CAIA NA MINHA CAMA!

5 comentários:

Daniel acerca do mundo disse...

Rapaz só dá filmes asiaticos em sua lista!!!
gostei de ver o "Edificio Master" ai , mas devo confessar que não vi a maioria dos filmes citados por você, especialmente os orientais. Vou confiar em você e vou ver se os encontro nas locadoras!!

William Alves disse...

Locadora, ainda existe isso? hahaha

Mas dá pra baixar todos, tranquilamente.

Daniel acerca do mundo disse...

que isso rapaz!!!Sou um cara das antigas e gosto das coisas de forma legal ahahahaha vou dar uma sacada!!!

Paulo Augusto disse...

Grande William, tambem reparei que tens uma pa de asiaticos. Ve-se que passas bem o tempo. Ae Dani, a nao ser que vc va la na Videomania vai ter de baixar esses filmes, mesmo.

Paulo Augusto disse...

E pra titulo de utilidade publica que vc prestou vou ter de rever o Superbad pois nao me lembro dos dialogos sensacionais nem das referencias.